“Não sobrará nada do Alaska”. Deputado russo sugere um ataque nuclear em território Americano
O antigo general russo Andrey Gurulyov, agora deputado da Duma Estatal, levantou a possibilidade de Moscovo atacar o território que os EUA compraram ao governo russo em 1867.
Numa entrevista recente durante um programa de rádio com o jornalista Vladimir Solovyov, o deputado da Duma Estatal russa e general reformado Andrey Gurulyov sugeriu a possibilidade de um ataque nuclear ao Alaska, em resposta ao que entende ser uma escalada contínua do Ocidente na Ucrânia.
Segundo a Newsweek, a entrevista centrou-se na Guerra na Ucrânia, focando-se em particular na recente incursão em Belgorod de grupos anti-Kremlin, que Moscovo alega ter eliminado.
No ponto em que a conversa abordou o apoio do Ocidente a Kiev, Gurulyov avançou possíveis estratégias que Moscovo deveria seguir para recuperar a iniciativa no seu conflito com o Ocidente.
Segundo o antigo general, a Rússia tem tido uma posição demasiado reativa em relação ao apoio crescente do Ocidente à Ucrânia, que, segundo notícias recentes, incluem o envio de armas como mísseis anti-tanque Javelin, sistemas de laçadores HIMARS, mísseis de longo alcance e caças F-16s de fabrico norte-americano.
Gurulyov argumenta que Moscovo deveria “ditar o tom” do conflito, e sugeriu o uso de armas nucleares táticas contra centros de comando e aeródromos para “paralisar” a Ucrânia, o que acredita que alteraria fundamentalmente a narrativa do conflito.
“Nessa altura, a conversa seria completamente diferente”, diz Gurulyov, que em abril defendeu que a Rússia deveria voltar aos tempos das repressões de Stalin
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Quando Solovyov abordou a possibilidade de a Ucrânia atacar Moscovo com armas nucleares, num ataque eventualmente apoiado pelos Estados Unidos, Gurulyov sustentou que a Rússia deveria visar diretamente território americano, lançando um ataque preventivo.
O general reformado sugeriu então que o Alaska, o território norte-americano mais próximo da Rússia, poderia ser um potencial alvo.
Segundo Gurulyov, a Rússia poderia apontar todo o seu potencial nuclear tático para o Alaska, sem usar forças nucleares estratégicas — e não deixaria pedra sobre pedra no estado norte-americano.
“Não sobrará nada do Alaska“, afirmou o antigo general.
“O Alaska É Nosso!” esbraveja o antigo militar com a boca cheia de espuma
Nos últimos anos, tem crescido entre os propagandistas e altos funcionários do Kremlin a ideia de que Moscovo deveria reivindicar a soberania do Alaska. O território, separado da Rússia pelo Estreito de Behring, foi comprado pelos EUA em 1867, por 7.2 milhões de dólares, 156 anos mais tarde.
Naquela altura, a Rússia atravessava dificuldades financeiras e tinha receio de perder o território no caso de um conflito com o Reino Unido, seu adversário na Guerra da Crimeia, pelo que preferiu vender o Alaska aos Estados Unidos, então visto como um rival menos ameaçador.
A transação foi inicialmente criticada por muitos norte-americanos, que a consideraram “uma loucura” — opinião que foi mudando à medida que foram sendo descobertos ouro, petróleo, gás natural e outros recursos minerais no inóspito território, oficialmente admitido como 49º Estado dos EUA em 1959.
Em julho de 2022, na sequência das severas sanções económicas impostas à Russia pela comunidade internacional após a invasão da Ucrânia, o presidente da câmara baixa do parlamento russo, Vyacheslav Volodin, alertou os norte-americanos de que a Rússia “mantém uma reivindicação histórica” sobre o Alaska.
Nos dias seguintes, recorda a Newsweek, foram avistados na cidade siberiana de Krasnoyarsk outdoors com a frase “O Alaska É Nosso!”.
A Rússia tem reivindicado a soberania de territórios com base em razões históricas, como é o caso da Crimeia — que, reza a lenda, foi oferecida à Ucrânia em 1954 num acesso de loucura de Nikita Khrushchev — e da própria Ucrânia, que, disse Putin recentemente, “não existia antes da União Soviética“.
Naturalmente, o caso do Alaska é um pouco diferente. Há 7.2 milhões de razões históricas que sustentam a ideia de que o território é norte-americano.
Com informações dp Planeta ZAP